
DESENHO
O desenho surge como palimpsestos circunstanciais onde os dobramentos da memória revelam espaços não oficiais. É o olhar improvisado que encontra a matéria e dela retira acasos. Num soprar do tempo não estarão mais aí. Mas existiram e persistem em memórias poentes. Proponho um morar em si, desbravando possibilidades de recortes entre a abstração e a figuração. São lugares acasos, surgem como modo de representação que não classifica, mas se abre a leituras múltiplas, ocasionais, situacionais, aleatórias e inesperadas.
No desenho, a forma que encontrei de ativar a temática voltada para o feminino e para situações limites, foi sobrepor histórias e personagens e cenários localizando-os em um lugar a esquerda, a direita ou no centro num acúmulo de traços, cores e figuras, deixando o fundo conter o suspense. Ao mesmo tempo, o excesso de informações figurativas e abstratas, intencionam uma leitura rápida, mas ao se aproximar da manifestação artística, propõe uma leitura mais demorada, necessitando escolhas e recortes. Nessa nova proposta quem escolhe a cena “inacabada” é o público.